Pedagogos 

Aqui encontra-se o link para o PowerPoint dos pedagogos Maria Montessori e Paulo Freire:

https://drive.google.com/file/d/1TOQ-Nq8yoYKOCxn1IA8GGb61-ZyCXwlG/view?usp=sharing

O pedagogo individual escolhido foi João de Deus 

Datas importantes na vida de João de Deus:

8 de Março de 1830 - nasceu em São Bartolomeu de Messines

1850 - ingressou na Universidade de Coimbra em direito

1855 - Primeiro poema publicado - Oração

13 de julho de 1859 - terminou a licenciatura em direito

1862 - Aceita convite para se tornar redator do periódico Bejense

1864 - Volta para a sua terra proveniente de Beja

1868 - Parte para Lisboa, local onde fica a residir até à data de sua morte.

22 de março de 1868 - Candidata-se ao cargo de deputado nas Cortes

18 de maio de 1868 - Presta juramento nas Cortes

1868 - Casa com Guilhermina das Mercês Battaglia

11 de Janeiro de 1896 - faleceu em Lisboa (65 anos)

Dados importantes da vida de João de Deus:

João de Deus de Nogueira Ramos nasceu a 8 de Março de 1830 em São Bartolomeu de Messines e acabou por falecer a 11 de janeiro de 1896 em Lisboa com 65 anos. Atualmente, encontra-se sepultado no Panteão Nacional da Igreja de Santa Engrácia em Lisboa.

João de Deus era um poeta lírico e um pedagogo que apresentou um método de ensino da leitura, baseado na sua Cartilha Maternal.

O pedagogo era filho de Isabel Gertrudes Martins e Pedro José dos Ramos.

Estudou latim na sua terra natal e ingressou no Seminário de Coimbra, pois devido às dificuldades económicas da sua família não tinha dinheiro para entrar na universidade.

Em 1850, com 19 anos de idade, João de Deus entrou no curso de Direito, na Universidade de Coimbra, pois não tinha qualquer intenção de seguir a vida eclesiástica.

Ao entrar na faculdade, começou a explorar os seus dotes líricos, até aí nunca descobertos. De 1851, conhece-se o poema Pomba e a elegia (poema num tom triste, pode abordar a morte) Oração que foi publicada em 1855 na Revista Académica como a sua primeira obra publicada

Só em 1859 se formou e só com ameaças dos seus colegas. Depois disso decidi manter-se em Coimbra praticando advocacia e continuando a escrever, nesta altura de carácter mais satírico, como é o exemplo de A lata, publicado em 1860, e A Marmelada.

O seu interesse pela advocacia continua a ser pouco, então este aceita o convite para ser redator do periódico, O Bejense, em 1862.

Permaneceu em Beja até 1864, ano em que decidiu voltar à sua terra natal, Messines.

Já em São Bartolomeu de Messines redigiu o Folha do Sul, outro periódico. Em 1868 mudou-se para Lisboa, onde passou a residir.

Em Lisboa, passava os seus tempos nos cafés e para ganhar dinheiro para viver recorria à realização de traduções, à escrita de sermões e hinos para cerimónias religiosas e colaborações literárias várias.

João de Deus apresentou-se às eleições gerias de 22 de Março de 1868, para a 16ª legislatura da monarquia constitucional como candidato independente pelo Círculo de Silves.

As votações tiveram de ir a desempate, mas este acabou por vencer e a 18 de maio de 1868 presta juramento nas cortes, iniciando assim a sua atividade parlamentar.

João de Deus não levou a vida parlamentar a sério e em 1869 só compareceu em 3 das 13 sessões que se realizaram.

Depois casou com Guilhermina Mercês de Battaglia, ganhando estabilidade na sua vida pessoal.

Deste casamento nasceram quatro filhos, Maria Isabel Battaglia Ramos, José do Espírito Santo Battaglia Ramos, mais tarde tornou-se visconde de São Bartolomeu de Messines, João de Deus Ramos, que continuaria a obra pedagógica do seu pai e Clotide Battaglia Ramos.

Em 1868, publica Flores do Campo, a que se segue um pequena recolha de 14 poemas intitulada Ramo de Flores, em 1869, sendo considerada a sua melhor obra.

Estes textos seriam depois reunidos e organizados por Teófilo Braga. A compilação dos seus textos líricos e satíricos foi editada com o título de Campo de Flores (1893), e os textos de prosa com o título de Prosas (1898).

Grande parte da sua obra poética está presente em Flores do Campo (publicada em 1868), Folhas Soltas (1876) e Campos de Flores. Esta última obra, publicada em 1893, além de conter outros poemas, engloba também o conteúdo de Flores do Campo e Folhas Soltas, pelo que funciona como uma colectânea da sua obra poética.

Entretanto, em 1876, João de Deus envolveu-se nas campanhas de alfabetização, escrevendo a Cartilha Maternal, um novo método de ensino da leitura, que o haveria de distinguir como pedagogo.

A obra foi recebida de forma entusiástica, sendo saudada como bastante útil e genial pelos principais intelectuais da época.

Cartilha Maternal:

A primeira lição caracteriza-se pelas crianças aprenderem as vogais. Da lição número 2 à lição número 8 as crianças aprendem as consideradas letras mais fáceis, juntadas com as vogais já aprendidas ( v, f, j, f, d, b e p). Na lição 9 as crianças aprendem a letra l. Nas lições 10, 11, 12 e inicio da 13 não se apresentam letras, mas regras de leitura. Ensina-se, por exemplo, que a letra ''o'', no fim de uma palavra se lê ''u''. O aluno aprende também os ditongos ''ou'' e ''ei''. Aprende também o nome e a função do acento circunflexo. Na segunda parte da lição 13 as crianças aprendem a diferença entre sílaba forte e fraca. Na lição 14, os alunos aprendem a letra q e as várias formas de ler as palavras com esta letra. Na lição 15 aprendem a letra c e as duas formas de ler a letra, esta lição dá-se em duas partes diferentes. Na lição número 16 as crianças aprendem outra letra que se pode ler de duas formas, a letra G e vê que já aprenderam uma letra que se lê igual o j. A lição 17 é dividida em dois partes, na primeira as crianças aprendem a letra r e as suas formas de leitura e na segunda parte é lançado um desafio para as crianças lerem ''A lição do Pedro''. Na lição número 18, as crianças aprendem a letra z e as suas diferentes formas de leitura. Na lição 19, os alunos aprendem a letra s, sendo esta uma das letras mais complexas, devido ao facto de ser uma das letras com mais formas de se ler. As últimas lições são onde as crianças aprendem o resto das letras do alfabeto e o resto das regras de leitura e escrita.